Programa paroquial

sábado, 31 de agosto de 2013

Humildade e gratuidade

É no contexto de uma refeição cuidada, “em casa de um dos principais fariseus”, que Jesus fala de um outro “banquete” – imagem de um “Reino” onde todos podem partilhar da mesma mesa, na abundância da vida oferecida por Deus. Jesus fala do sonho de Deus para a humanidade: que todos possam viver à imagem do amor trinitário que nos é dado a conhecer na atitude do próprio Jesus Cristo.

Nesse “banquete” é fundamental, em primeiro lugar, a atitude da humildade. A arrogância cria barreiras, distancia as pessoas… A humildade cria espaço de encontro e de relação. Jesus é o próprio Deus que não se valeu da sua condição divina para ter grandes honras, mas que se colocou de joelhos diante da humanidade para lhe lavar os pés, que se doou plenamente até à oferta na cruz… E é desta entrega que se abre a porta do reencontro definitivo da humanidade decaída com o amor redentor de Deus.

Uma segunda atitude fundamental neste “banquete” é o da gratuidade. Jesus ousa desafiar os nossos hábitos ao dizer para convidar não os amigos e familiares para partilharem da nossa mesa, pois esses certamente encontrarão o espaço da retribuição… «Convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te». Dar sem esperar recompensa, nem reconhecimento ou publicidade… Partilhar(-se) no silêncio dos gestos, pequenos ou grandes, na certeza de que o amor basta ao amor

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sábado, 24 de agosto de 2013

A porta estreita do esforço, da relação e da humildade


«A porta da salvação exige esforço, mas não só. Ela tem um dono que a pode abrir e fechar. Para entrar é importante conhecer o dono, ter intimidade, uma boa relação com Ele. A salvação é uma questão de relação. Relação que se inicia já, aqui e agora, com o Senhor Jesus e que deve tornar-se comunhão para sempre. O esforço exigido ao crente é pois a saudável inquietude de quem não tem nada garantido - quanto à salvação - pela pertença eclesial ou pela frequência dos sacramentos.

(...) Há uma exigência na relação com o Senhor: a humildade, o último lugar, a não presunção de si e a não reivindicação».

Das reflexões sobre as leituras de LUCIANO MANICARDI (texto completo AQUI)

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sábado, 17 de agosto de 2013

Lançar fogo à terra

Ser cristão e assumir dos valores evangélicos não é sinónimo de facilidade e de tranquilidade… A radicalidade que a vida e a palavra de Jesus nos lançam, exigem escolhas livres e responsáveis, que comprometem… Para seguir Jesus Cristo, hoje como sempre, é preciso deixar-se cativar por Ele, mas aceitar também o esforço da caminhada. Por isso, Jesus afirma que vem trazer o fogo à terra: não apenas essa chama que ilumina os nossos passos, mas também o fogo purificador, que destrói (egoísmos, preguiças, injustiças…) e possibilita o renascer das cinzas de um mundo renovado. Este fogo manifesta-se no seu auge no momento da cruz, quando Jesus leva ao extremo o sentido da vida vivida por amor: é esse o baptismo que Ele realiza, e no qual participamos.

Ter a humildade, mas também a coragem, para se deixar «queimar» pelo «fogo de Deus», é vencer passividades e indiferentismos, ser capaz de opções comprometedoras, que desafiam tantas vezes o mundo em que vivemos… Por isso, será também causa de inquietação, mesmo de divisão dentro das famílias e comunidades (onde criticar ou menosprezar é sempre mais fácil que aceitar o processo de conversão pessoal e de transformação da própria vida, e de se implicar no crescimento de todos…). Jesus é a paz, e vem trazer a paz, mas uma paz que é vivida com coerência e exigência. E ser exigente é sempre um caminho de intranquilidade…

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sábado, 10 de agosto de 2013

«A nossa alegria é muito maior que o cansaço»

A Ana e a Maria deixam-nos um testemunho da sua participação na Jornada Mundial da Juventude deste ano, no Rio de Janeiro:


O Beato João Paulo II, fundador das JMJ, dizia aos jovens: “Se forem aquilo que Deus quer, colocarão fogo no mundo”. Esta Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro foi para nós uma boa oportunidade de reavivar a chama e a força que o Espírito de Deus nos dá, para depois partirmos renovados e desejosos de o levar a toda a gente.

Neste Ano da Fé, procurámos viver esta XXVIII JMJ segundo o caminho que Bento XVI nos indicou na sua mensagem: enraizámo-nos na oração e nos sacramentos, com a participação nas catequeses de manhã, na Eucaristia e nas confissões. A nossa caminhada espiritual culminou no fim de semana, com a vigília de oração e missa de envio com o Papa Francisco, quando mais de 3 milhões de jovens de todo o mundo acamparam na Praia de Copacabana, em nome da sua fé. 

Procurámos conhecer um pouco da cultura carioca e visitámos locais como Petrópolis, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida e de Nossa Senhora da Penha, o Pão-de-Açúcar e o Cristo Redentor. 

Como em qualquer peregrinação, tivemos algumas dificuldades e imprevistos, como a chuva e o frio. Mas no Evangelho, Jesus pede-nos que em tudo demos graças a Deus. Como o Senhor foi o nosso Pastor, nada nos faltou, nem mesmo o entusiasmo! Agora que regressámos a casa, podemos dizer que a nossa alegria é muito maior que o cansaço! 

Fomos acolhidos pelos braços abertos do Cristo Redentor no alto do Corcovado e partimos com a vontade de sermos nós o coração e os braços de Jesus. Como nos dizia o Papa Francisco, “a fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada”.

Ana e Maria Felício

Não temas, mas está preparado!

«Não temas, pequenino rebanho...» assim começa Jesus, depois de ter chamado a atenção (evangelho do passado Domingo) para que os discípulos, contra toda a avareza, se tornassem ricos aos olhos de Deus... O Pai quis dar, de graça, o reino, para que também os discípulos, com confiança, o partilhem de graça: o guardar para si mesmo o que se recebe de Deus é outra forma de avareza!

Por isso a atenção, o estar preparado: as parábolas apontam para a atitude de vigilância, de responsabilidade no acolher e fazer chegar mais longe o reino, porque «a quem muito foi dado, muito será exigido, a quem muito foi confiado, mas se lhe pedirá»

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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

«A vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens»

Uma questão difícil, ontem como hoje, a das heranças... como de tantas outras questões relacionadas com a propriedade, com o ter, com o dinheiro. Jesus aproveita a ocasião em que é questionado para afirmar que «a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». E conta uma pequena parábola: o rico que tem tão excelente colheita que vai querer guardar os seus bens para longos anos, e que pensa para consigo: «descansa, come, bebe, regala-te»... Mas, nesse mesmo dia terá de entregar a sua alma. E fica a pergunta: «o que preparaste, para quem será?»

Não se deixar cegar pela riqueza, mas alargar o horizonte da vida a outras «riquezas», as que o são aos olhos de Deus... Não é desprezo pelos bens materiais, mas saber usar as oportunidades que neles são dadas para procurar um bem maior, na partilha e generosidade...

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